quarta-feira, janeiro 14, 2015

Ser o que não se é. A intolerância politicamente correcta

Chegámos a um ponto em que queremos proibir as pessoas até de pensar, enquanto enchemos a boca com palavras como "liberdade" e "tolerância".
Lembro que há pouco tempo um padre foi preso no Reino Unido porque um casal de homossexuais lhe perguntou, directamente, o que ele achava da homossexualidade e o homem deu a sua opinião - é pecado. O casal fez queixa à polícia e o homem foi preso por ser intolerante. Lembro que também há pouco tempo uma apresentadora de TV, se não me engano na Noruega (ou Holanda), foi obrigada a retirar do peito um crucifixo que o seu marido lhe tinha oferecido depois de um espectador telefonar a queixar-se que era ofensivo para a sua religião... É esta a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, a tolerância... As pessoas têm de ser livres para pensarem o que quiserem para, nas suas propriedades privadas agirem como quiserem, até para serem intolerantes e racistas desde que não ajam de acordo com o que pensam. Se alguém é racista esse alguém deve ter direito a ser racista. Assim como quem não gosta de racistas tem o direito de não se dar com quem é. Se alguém é homofóbico também deve ter direito de ser homofóbico. Desde que não andem a agredir outras raças e homossexuais ou crentes de outras religiões e deuses, cada qual deve ser livre de pensar e expressar o que pensa, assim como os restantes são livres de não concordar com o que esses racistas e intolerantes pensam e expressam. Ninguém pode, ou ninguém deve, dizer o que cada um de nós tem de pensar.

Não pensem que ao afirmar isto sou a favor deste tipo de comportamentos. Sou contra o racismo, e contra a homofobia, sou também ateia. Mas sou, igualmente, a favor que cada um seja o que é, sem imposições. Se ficar muito aborrecida com as opiniões dos homofóbicos e dos racistas tenho toda a liberdade de, simplesmente, virar-lhes costas, não falar com eles ou dizer-lhes que os seus argumentos são parvos, tal como eles podem dizer que os meus também o são. A tolerância está em sabermos com quem conseguimos ou não conviver, quem conseguimos ou não tolerar e não nos impormos, nem sermos impostos, a ninguém.
Infelizmente existem grupos que têm todos os direitos, têm o direito de se impor, e outros que têm de se calar. Os primeiros são, apesar de tudo, denominados de "minorias" e a "maioria" tem de estar caladinha e aceitar a minoria, ou é acusada de ser intolerante. As maiorias são: Na religião, a católica, essa tem de estar caladinha enquanto as outras, e o ateísmo, podem impor-se; nas raças, a branca, essa tem de estar caladinha enquanto as outras se impõem; na sexualidade, os heterossexuais, esses têm de estar caladinhos enquanto os outros se impõem. Isso não é liberdade - é imposição de uns sobre os outros - é intolerância, é tornar a "maioria" numa minoria sem direito a opinião.

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